Tubarões são dissecados na África


Tubarões são dissecados na África do Sul em alerta por conservação

Sessões acontecem sete vezes por semana em Durban.
Órgão público foi criado para livrar litoral de ataques a banhistas.


Dennis BarbosaDo Globo Natureza, em Durbanhttp://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/12/tubaroes-sao-dissecados-na-africa-do-sul-em-alerta-por-conservacao.html

Levar conhecimento sobre os tubarões ao público é o argumento de uma organização sediada em Durban, na África do Sul, para manter uma atração inusitada: dissecações de exemplares desses predadores marinhos abertas a espectadores.
O Comitê de Tubarões de Kwazulu-Natal é uma instituição pública criada nos anos 60 com o objetivo de tornar os balneários sul-africanos no Oceano Índico mais seguros, já que suas águas são repletas de diferentes tipos de tubarões.
Lá ocorrem, por exemplo, segundo as informações do comitê, as três espécies que representam maior risco para o ser humano: o tubarão-de-cabeça-chata, o tubarão-tigre e o tubarão-branco.
Visitantes podem tocar o tubarão após a dissecação. (Foto: Dennis Barbosa/Globo Natureza)Visitantes podem tocar o tubarão após a dissecação. (Foto: Dennis Barbosa/Globo Natureza)









A instituição surgiu como o “Comitê de Medidas Anti-Tubarão de Natal”, mas o nome foi mudado, já que atualmente não é mais tão aceitável eliminar animais apenas porque atrapalham alguma atividade humana. Assim, o órgão hoje executa também práticas de conservação, como pesquisa e monitoramento.
A organização instala redes ao longo da costa da província de Kwazulu-Natal. No último ano, cerca de 600 tubarões ficaram presos nessas redes. Apenas cem deles puderam ser soltos vivos.
A maior parte dos tubarões morre quando se enrosca, porque precisa se movimentar para respirar.
Apenas na cidade de Durban, a maior da costa leste sul-africana, onde o comitê é sediado, há 17 redes de 305 metros de comprimento esticadas no mar, presas a flutuadores e âncoras, em locais estratégicos para deter a aproximação dos tubarões das praias.
As redes não vedam totalmente o acesso à praia, mas alteram a circulação dos animais de modo a reduzir drasticamente os ataques.
Na sede do comitê, num subúrbio de Durban, há uma exposição sobre os tubarões da região e sessões de dissecação em sete horários na semana. As apresentações são visitadas por turistas, crianças e adultos. Nelas são mostrados os órgãos internos dos tubarões, como o fígado e o estômago, além da elasticidade que esses peixes têm por não terem ossos, mas apenas cartilagens.
Os espécimes dissecados vêm das redes ancoradas no mar. Elas são diariamente verificadas por equipes em lanchas motorizadas.
Prancha que se acredita ter sido mordida por um tubarão-de-cabeça-chata exposta no comitê. (Foto: Dennis Barbosa/Globo Natureza)Prancha que se acredita ter sido mordida por um tubarão-de-cabeça-chata exposta no comitê. (Foto: Dennis Barbosa/Globo Natureza)

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